31 de ago. de 2012

Festivais



Esta semana fui chamado para avaliar os trabalhos do UFrame (Festival Internacional de Vídeo Universitário) e, assistindo aos trabalhos enviados, lembrei-me do que um antigo professor meu (Clovis Vieira) me disse a respeito de festivais: ele tinha uma ideia muito interessante para festivais de animação, dividir as submissões em duas grandes categorias - experimentais e profissionais (não lembro muito bem se o segundo termo era exatamente esse).

A ideia é bem simples: na categoria experimental os filmes são avaliados baseado em conceitos como criatividade, roteiro, inovação, exploração da linguagem... basicamente na concepção da obra e forma como o autor explorou a animação como técnica e linguagem, enquanto que os trabalhos na categoria profissional seriam avaliados baseado em questões mais técnicas e de produção, como edição, acabamento, desenhos sólidos (para animação 2D), fluidez do movimento, iluminação e render (para animação 3D), etc.

Acredtio que, se utilizássemos tal ideia em festivais, mais curtas interessantes teriam chance de aparecer. Isso não porque desmereço a questão técnica, mas simplesmente porque é difícil comparar curtas que são muito bem "acabados" mas com um roteiro bastante padrão com curtas muito interessantes na questão de desenvolvimento mas com um acabamento que, pelo motivo que seja, deixa bastante a desejar.

Se dividíssemos de tal forma, além de uma seleção mais interessante de curtas, poderíamos também reconhecer o trabalho de mais animadores de forma mais justa, já que é muito difícil conseguir algo como um curta (independente) que seja excelente tanto na questão técnica quanto conceitual.


O Velho e o Mar de Aleksandr Petrov, um exemplo de curta independente que consegue resultado excelente tanto na técnica quanto no conceito.